Já não escrevo como outrora, ainda que na verdade eu já tivesse mudado muito antes de resolver publicar um livro. E quando já não cabia mais em mim, como costumam fazer os filhos mais sapecas, escapuliu como eu menos esperava e se materializou em tom de festa. Da escrita, me lembro pouco. Tampouco das histórias que ali inventei, ou que apenas contei. As minúsculas já não fazem tanto sentido e todas as Ninas, Eulálias e Emílias simplesmente fugiram ao que havia de mais puro à época das leituras ininterruptas de Zambra. A palavra envelheceu, e, embora estivesse em estado iminente de partida, não morreu. As ideias evoluíram e a vida, como havia de ser, apenas deu mais um passo rumo ao desconhecido. E é nesse lugar incômodo onde me encontro por agora, sensivelmente perdido à espera de quê. E é do tanto esperar que o corpo se move na ansiedade da busca, porque era preciso, evidentemente, provocar um reencontro qualquer.
My life, my stuff, my anxieties, my insomnia, my ideas, my desires. Shots of me and from my nonstop mind.
sábado, 7 de março de 2015
sábado, 24 de janeiro de 2015
sintonia do breu
regar as palavras,
temperar a escrita.
dispor as cadeiras a prosearem entre si.
vermelho, amarelo.
reinam e dão vida à sala vazia na calada da noite.
silêncio, a maior parte do tempo era assim.
orquestra do meu corpo.
plantas assobiam,
gotas batucam no telhado.
é tempo de renascer:
a palavra ainda não morreu.
temperar a escrita.
dispor as cadeiras a prosearem entre si.
vermelho, amarelo.
reinam e dão vida à sala vazia na calada da noite.
silêncio, a maior parte do tempo era assim.
orquestra do meu corpo.
plantas assobiam,
gotas batucam no telhado.
é tempo de renascer:
a palavra ainda não morreu.
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