sexta-feira, 22 de junho de 2012

De tudo um pouco desconhecido


Ando sabendo-me da cabeça aos pés por agora e, sentindo-me meio desligado e sem saber muito bem por onde caminhar, retroagi em mim, como lhes disse outrora, e imergi-me exacerbado em introspecção com certas dúvidas que me permeiam e a ansiedade, contraditoriamente, agora caminha lado a lado com os meus dias e com a minha intensidade extremamente radical, não mais a tristeza ou os leves vazios que se colocaram ante a mim num passado não tão distante, momento de transição e de certas novas conexões, e de desconexões também, talvez, transeunte que sou, desapego iminente, e o fato é que ando pensando em não pensar muito sobre esse de tudo um pouco desconhecido que acontece comigo ao mesmo tempo nesta hora indigna e bela, muito embora incerta e imprecisa, mas que desata certos nós, e remói as entranhas, e chacoalha a carcaça, e faz pular-me de súbito da cadeira desse ontem inédito e confuso tornando-me um pigmeu insensato e de loucas e irreconhecíveis e tardias e dolorosas indecisões.

2 comentários:

  1. É. Chega uma hora que temos de dizer chega! E quando ela chega, é sempre a hora pior. Pelo menos, esses primeiros instantes. Porque a verdadeira estória, resultado, de todo o tempo que remoemos até tomar essa decisão de dizer chega, se resume noutra reflexão e expectativa de como vai ficar tudo depois que disparamos. Nem sempre temos os resultads esperados, e quando temos, parece uma felicidade besta. Marasmos! Parece que sou mesmo apixonado pelo o que é utopico. E nos desvendar, parece que é um pouco isso. Gosto de quem fica perdido porque todo caminho se torna correto. Mas nem sempre...

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  2. e o que é viver, no final das contas, se não um acúmulo de felicidades bestas?

    comer pipocas e algodões-doces, brincar de escrever músicas, paquerar e conquistar, ser paquerado e ser conquistado, dar risadas ao meio-dia em troca de nada, jogar palavras ao vento, cantar andando de motocicleta roubada, fazer comidinhas para depois do amor, esperar ansiosamente pelo amor, ou pela hora do amor... brincar de ser feliz à toa.

    acho que a gente sofre mesmo é por perder o prazer nessas pequenas coisas. pois as grandes, sem sombra de dúvidas, não seriam tão grandes, onipresentes e valiosas senão fosse esse tantão de pequeninas preciosidades daquilo que chamamos com muito desdenho, às vezes, de viver.

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