sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Outro

E eu, outro dia, fui trocado por um outro. É, isso mesmo, fui trocado por outro. Um outro. E esse outro não é um outro qualquer, esse outro é você mesmo. É, você aí. Psiu! Fui largado por você e trocado por você. Pelo seu outro. O outro que quisera ontem e não conseguistes, talvez o seu outro de hoje, de amanhã ou o de depois. Aquele outro que o jogaste numa vala, lembra, naquela que estou hoje.

O mais curioso é que, anos atrás, o outro era eu. Semelhança inusitada, o acaso é assim mesmo. O problema é que só conheço aquele outro. Mas não o outro de agora, só o outro de outra hora. Se o pseudo ou o libertino, o falso ou o verdadeiro, não sei. E talvez nem você saiba. E o mais curioso ainda é que esse outro, é, esse de outrora, também continua aí. Há de acordar, uma hora ou outra, cedo ou tarde. Há de acordar outro, diferente do outro de agora.

Você pôde fazer de mim o que quis, você só me fez mudar, mas depois se mudou de mim. Abandonar o outro é cruel, mas o seu outro veio aí e, o outro, o de outrora, foi-se abruptamente sem se despedir. Sei que, se um dia o voltar a ser, talvez eu é que já seja outro. Ou o outro. Ou um outro qualquer. 

Um comentário:

  1. "Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas... Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros.
    De não morrer, de não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento.
    Ser novo." CFA

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