terça-feira, 27 de dezembro de 2011

o ano que vem

não quero comemorar o ano que vem
eu quero é despedir-me arrogantemente do que vai
dilacerante
esse ano que só foi de minúsculas, rugas e licenças
do novo eu quero a incerteza

não quero comemorar o ano que vem
dele quero a incompletude
só o farei quando acabar, quando tiver a certeza de que foi
ao contrário do outro, lancinante
esse ano que ficou, que fincou, explodiu

não quero comemorar o ano que vem
dele quero a rebeldia
só o farei quando estiver sóbrio, jovem, nobre e protagonista
indiferente
esse ano cinzento, cafona e altruísta, um delinquente

não quero comemorar o ano que vem
dele quero despir-me, do agora
vejo tantos querendo o mesmo, ferozmente, livrai-nos desses trapos
e que sejamos viris
esse ano bege, blue, careta, sem muitos anis

não quero comemorar o ano que vem
eu quero é que venha com paz, e não que eu queira demais
sagaz
mas que fique pra trás, e que eu seja voraz, e pra sempre capaz
esse ano que esvai, sem pensar em voltar

3 comentários:

  1. Num fala assim naum, porque se eu tiver assinaturas suas pra pegar, não vou ter coragem de passar na sua sala! hahahaha... Vou colocar o manto da invisibilidade! Rola uma timidez ao vivo. Hehehe... Beijo!

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