terça-feira, 1 de novembro de 2011

Amanhã é feriado, e daí?

Amanhã tem mais um feriado. E eu não gosto mais de feriados, ainda mais de finados. Lembro-me da morte, sinto saudades, preferiria que não existisse esse feriado. Tentarei passar por ele como o Bolt vence todas as suas corridas: olhando nos olhos, encarando-o, mas ligeiro e sem deixar margens para o adversário. Afinal, penso com as minhas entranhas, por que não há um feriado do tipo “o dia dos vivos”? Devíamos. Devíamos criar esse dia, vamos pedir uma emenda parlamentar, sei lá, aproveitar que estamos adorando essas manifestações, marchas aqui, acolá, não custa tentar. Vai que cola. Vejam bem, seria bem melhor nos celebrar do que celebrar aqueles que já foram, coitados, nem vão participar da festa. Não é? Que crueldade, sei lá, acho tudo isso muito estranho. Mas todos os feriados, não esse em especial, principalmente aqueles que não emendam, que não dá para viajar, a gente fica pela metade, sem muito poder de ação, esses aí eu não gosto mesmo. Eles parecem-me os domingos. Um domingo durante a semana, que saco, logo interpreto que serão dois domingos na mesma semana. Ninguém merece. Esquisito, antes fosse, mas não é. Sei lá se essa sensação é só minha, eu acho que não. Devem ter vários endomingados, como li outro dia, por aí. Devem ter vários querendo se livrar desse estigma também. Sei que na vida, a gente fica sempre esperando essas horas (menos eu, é verdade, e talvez esses outros aí). Os amigos se planejam com as deles, as amigas ficam com os delas, alguns com os deles e algumas com as delas, afinal somos todos contemporâneos. Eu não, eu fujo dos feriados, eu fujo deles, delas, eu fujo de mim, eu prefiro a incerteza, eu fico sem o almoço, eu fico com os meus filmes, eu vou ao clube, eu fico com a ressaca, eu fico na minha.

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