segunda-feira, 11 de julho de 2011

O meu vício

Meu vício, meu veneno, minha alma.
Desespero. Quero calma.

Nunca imaginei que me livrar de ti seria tão difícil. Sofro diariamente só de pensar. Mas, devo cair na real. Afinal, o tempo vai passar e terei que seguir em frente, te esquecer definitivamente. Devo, não nego. Tento e não me entrego.

E como dói. Dói só de pensar que esteve comigo em quase todos os momentos. Nos bons, nos maus e até nos médios. Na minha carreira, nas maiores conquistas e em todas as vezes que chorei ou explodi de alegria. Quando formei, quando arrumei o primeiro emprego, quando perdi o segundo, quando me promoveram e até quando ganhei um novo. Quando conheci os lugares mais incríveis, a Lapa, Santa Tereza, Cabeça de Boi e em todas as vezes que eu vi o sol nascer ou o muro mexer. Naquelas noites melancólicas que não consegui dormir. E até naquelas que dormi, você estava ali.

Confesso ser difícil aceitar que esta relação tenha tido tantos altos e baixos e que vá acabar dessa forma. Já fiquei amargurado de te ver, já te quis bem longe de mim. Mas, mesmo quando a gente brigava, o retorno era compensável. Todas as vezes que te procurei valeram a pena. Te ver depois de certo tempo, é verdade, era uma sensação inigualável. Não me arrependo de absolutamente nada.

Chego a carregar comigo a certeza de que, na sua ausência, não conseguirei seguir. Lamento muito. Afinal, com você o Central Park foi mais tranquilizante, o tédio de Miami ficou mais distante, a noite carioca mais contagiante, Buenos Aires mais apaixonante e a casinha de Boipeba mais aconchegante. Desespero-me quando você não está em casa. Olho os quadros, a mesa bonita de Tiradentes, as paredes coloridas e a minha televisão gigante. É desconcertante.

Das minhas despedidas, essa certamente será uma das piores.

Minha eterna parceria, se traduz em calmaria.
Você me dá prazer, sem você não viveria.
Meu vício, meu veneno, meu alívio, minha calma.




Marlboro. 
Alimenta a minha alma.

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