domingo, 3 de julho de 2011

Saudades

Dos dicionários: Ayánn, Amore, Láska, Líebe, Lief, Amour, Ijubezen, Rakkays, Sevmek, Volím, Dragoste, Aímem Dua, Liefhebben, Kärlek , Kærlighed, Rakastaa, Love, Amor.

Da minha vida: saudades.

Hoje, metade de mim é amor e a outra metade é saudade.
Metade de mim vem buscando. A outra metade, esperando.
Eu sou o encontro e o desencontro, saudosismo é meu sintoma.

É, gosto de ter saudades.
Da família, da escola, dos amigos, das coisas que não tenho mais.
E até daquelas que talvez eu tenha, mas que não estão.
Se vão.

Saudade alimenta. A gente, inventa.
Domingo já foi pé de cachimbo. Hoje, eu fico no limbo.
Domingo é ressaca, parede e sofá.
Não toca a campainha, sequer vou à cozinha.
Até mesmo os domingos de sol. Hoje, só futebol.

Saudade é maluco, amar é estranho. Faz parte de mim, convivo e aprendo.
De que adianta, se até nas insônias elas são constantes?
Nas minhas entranhas, na mesa de jantar e na sala de espera a lugar algum.
Até nas coisas que penso. E como peno, é muito intenso.

Algumas aceito, por outras reluto.
Saudades boas, saudades ruins.
Saudades escritas, saudades transcritas. Saudades malditas.
Saudades de mim, saudades sem fim.
Saudades meu bem, saudades além.
Saudades de alguns carnavais. De outrora, muito mais.

A liberdade é impalpável.
O equilíbrio inalcançável.
A solidão insustentável.
Sou um ser incansável, deveras amável.
A gente é da gente mesmo. Minha insanidade está a esmo.

A parede colorida, agora é fosca.
Hoje estou meio Chico César, meio Moska.
Um pouco de mim agora é Marisa Monte.
Um dia, infelizmente, atravesso a ponte.

Porque nessa intensa busca por mim mesmo, viver é só questão de tempo.
Saudades.









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